Medicamento experimental, desenvolvido pela Stemlab Advanced, à base de células estaminais dita potenciais avanços no tratamento da esclerose sistémica

Um estudo realizado por um grupo de investigação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) revela o potencial do medicamento experimental SLCTmsc02, à base de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical expandidas, para o tratamento de doentes com esclerose sistémica. Os resultados do estudo, liderado pelo Coordenador da Unidade Funcional de Citometria de Fluxo do CHUC, Artur Paiva, foram recentemente publicados na revista científica Biomedicine.

Durante a investigação, demonstrou-se a capacidade desta terapia avançada para modular a atividade das células T, o que significa que o medicamento pode ajudar a controlar a resposta imunológica e reduzir a inflamação nos tecidos afetados pela esclerose sistémica.

A esclerose sistémica é uma doença rara que afeta cerca de 2 500 pessoas em Portugal e ocorre frequentemente entre os 25 e os 55 anos, principalmente em mulheres.

Trata-se de uma doença autoimune, em que há uma desregulação do sistema imunitário, com produção de anticorpos contra estruturas do próprio organismo, levando ao endurecimento e espessamento da pele, além de afetar outros órgãos, como os pulmões, o coração e os rins.

Atualmente, as opções terapêuticas para esta doença são limitadas, sendo que, por norma, o tratamento é dirigido a cada órgão envolvido, dado que não existe um tratamento para todas as manifestações da doença. No entanto, a nova descoberta poderá mudar este cenário, ajudando a prevenir as lesões e a retardar a progressão da doença.

“Os resultados deste estudo trazem uma visão otimista sobre como o mecanismo de ação do medicamento experimental (imunomodulação) pode ser clinicamente relevante no tratamento de doenças autoimunes, e em particular da esclerose sistémica”, afirma Carla Cardoso, Diretora de I&D da Crioestaminal.

“Apesar de ser necessário continuar a realizar estudos clínicos para entender melhor o potencial desta abordagem, é importante destacar que os resultados alcançados só foram possíveis graças à colaboração com o CHUC para o desenvolvimento deste estudo inovador”, acrescenta.

O desenvolvimento clínico deste medicamento experimental surge de um dos programas de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da Crioestaminal, como possível resposta a várias doenças que não têm uma resposta clínica satisfatória.

Com base nestes resultados, a Crioestaminal planeia dar seguimento ao desenvolvimento de mais estudos in vitro e ensaios clínicos para a esclerose sistémica e outras doenças do foro imunológico e inflamatório, como Lúpus Eritematoso Sistémico, Esclerose Múltipla ou Artrite Reumatoide, de forma a aferir a segurança e eficácia deste medicamento experimental.

Stemlab Advanced - Medicamento para esclerose sistémica

 

Sobre a Crioestaminal

A Crioestaminal, com 20 anos de existência, foi pioneira na criopreservação de células estaminais em Portugal, sendo o maior banco da Península Ibérica, e integra atualmente o maior grupo europeu da área, que conta com mais de 800 mil amostras recolhidas e guardadas. Conta também, com o maior número de amostras resgatadas e transplantes realizados, mais de 4500 doentes tratados com células estaminais, com mais de 180 utilizações de amostras de sangue do cordão umbilical, 19 das quais com amostras guardadas pela Crioestaminal. Promove um trabalho de referência na terapêutica com células estaminais, com quatro patentes internacionais registadas e vários projetos de investigação em curso. Investe, anualmente, cerca de 10% do seu volume de negócios em atividades e projetos de Investigação e Desenvolvimento. A Crioestaminal é acreditada internacionalmente para o processamento do sangue e do tecido do cordão umbilical pela Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB) e tem desenvolvido estratégias de acessibilidade de modo que mais famílias tenham acesso ao serviço de criopreservação. Além de guardar as células estaminais das famílias para o tratamento de doenças, a Crioestaminal promove a possibilidade de acesso a tratamentos inovadores com células estaminais, estando a desenvolver projetos para o desenvolvimento de novos medicamentos.

 

top